quinta-feira, 23 de julho de 2009

Junho de 2009: Desemprego desce para 8.9%

A taxa de desemprego corrigida de sazonalidade foi de 8.9% em Junho de 2009, menos 0.1 pontos percentuais que no mês anterior. Em Junho de 2008 a taxa foi de 7.5%. Este mês reforçou a ligeira quebra no nível de desemprego verificada já no mês anterior.



Em Junho de 2009 existiam cerca de 500 mil desempregados, o que comparando com o mês anterior, significa uma diminuição de cerca de 5 mil desempregados. Comparativamente com Junho de 2008, houve um aumento de cerca de 79 mil desempregados.



A nível regional, as menores taxas de desemprego registaram-se na Região Autónoma dos Açores (5.6%) e na região Centro (6.5%) e as maiores taxas registaram-se na região Norte (10.8%) e na região do Alentejo (10.3%).
A taxa de desemprego corrigida da sazonalidade, comparativamente com o mês anterior, diminuiu em todas as regiões à execpção da Região Autónoma da Madeira. Comparando com Junho de 2008, os maiores aumentos verificaram-se nas regiões do Algarve (de 7.2% para 9.9%) e na região Norte (de 8.5% para 10.8%). O menor aumento verificou-se na Região Autónoma dos Açores (de 5.5% para 5.6%).

3 comentários:

  1. Boa Tarde.
    Num comentário anterior, já tinha dito que estava a fazer um estudo idêntico ao seu.
    Relativamente aos últmos resultados que divulgou, fiquei com uma dúvida...
    Segundo já disse para os seus estudos utiliza como referência os dados divulgados mensalmente pelo IEFP. Uma vez que os dados recentemente divulgados apresentam um acréscimo, porque será que a taxa de desemprego irá diminuir? Bem sei que estes meses estão muito relacionados com sazonalidade, mas "infelizmente" esse factor nem se fez sentir nos dados divulgados pelo IEFP... Tem outra explicação?
    Muito Obrigada
    Cumprimentos,
    Luísa Lourenço

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  2. Cara Luísa,

    (Estou de férias e portanto não vejo o meu mail diariamente. Vi apenas agora o seu comentário)

    É verdade que utilizo exclusivamente dados publicados quer pelo INE quer pelo IEFP. No entanto, o que utilizo não é a série "número de desempregados registados no IEFP" mas sim o saldo entre o "número de desempregados ao longo do mês" e o "número de colocações ao longo do mês". Este saldo, devidamente corrigido da sazonalidade, baixou ligeiramente este mês de Junho (aliás, já o mês anterior tinha dado os primeiros sinais de abrandamento, salvo erro). Como a referência usada é este saldo corrigida da sazonalidade, as minhas estimativas para a taxa de desemprego mensal para Junho apresentam uma ligeira descida.

    Vou passar a explicar porque uso este saldo em vez do tradicional desemprego registado.

    O exercício que faço é recorrer aos dados do IEFP, de frequência mensal e usá-los apenas como referência para estimar os meses intermédios dentro de cada trimestre. Não interessa para nada o nível de desemprego publicado pelo IEFP. Do IEFP, estou interessado apenas na evolução dentro de cada trimestre e na relação entre os dados do IEFP e os dados do INE ao longo do tempo. Portanto, todas as estimativas são estimativas "a la INE", digamos, devidamente corrigidas da sazonalidade.

    Quanto maior é a correlação entre a série do IEFP e a série do INE, menos ajustes sofrerá a primeira. No limite, se a correlação entre os dados do IEFP e os do INE fosse perfeita, bastaria uma simples transformação de escala (uma regressão linear simples servia perfeitamente), aplicá-la aos dados do IEFP, e tínhamos a nossa estimativa mensal.

    Passei algum tempo a analisar a relação entre os dados do IEFP e os dados do INE e concluí que a correlação entre o "número de desempregados registados" e o "desemprego (INE)" está longe de ser boa. Isto a nível nacional. Ao nível regional, a correlação é ainda pior. Em algumas regiões, esta correlação seja a ser, durante alguns períodos, negativa, isto é, nessas regiões, quantos mais desempregados o IEFP diz existir, menos desempregados existem. Torna-se então completamente inútil usar os dados do IEFP.

    Concluí também que usar em cada mês a diferença entre o "número de desempregados ao longo do mês" e o "número de colocações ao longo do mês" tem uma correlação muito superior com os dados do INE, mesmo a nível regional. Após descobrir isto, concluí também que faz sentido usar este saldo do ponto de vista teórico e do ponto de vista prático. Teoricamente, trata-se de olhar para todas as pessoas que entram no IEFP menos as que saem e assumir que se trata de um bom indicador para a evolução do desemprego (o que, do meu ponto de vista, faz todo o sentido). Do ponto de vista prático, obtenho melhores resultados do que o Eurostat (que apenas faz este exercíco para o total do País) no sentido de sofrerem menos correcções no final de cada trimestre.

    Há ainda mais uma vantagem de usar este saldo: a série que uso está menos exposta a correcções administrativas feitas pelo IEFP como aqueles 15 mil desempregados que foram apagados recentemente dos registos por engano e que, após corrigido o erro, re-entraram apenas 10 mil. :-)

    Espero ter esclarecido. Qualquer outra dúvida, basta perguntar.

    Pedro

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  3. Muito obrigada pelos seus comentários, principalmente por estar de férias:)
    Eu estou a interessar-me cada vez mais por este tempo, e é sempre positivo trocar impressões com pessoas com o mesmo interesse.
    Uma boa continuação de férias.
    Cumprimentos,
    Luísa Lourenço

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