Dado o desvio atípico entre as estimativas feitas neste blogue para o mês de Junho de 2009 e os dados relativos ao segundo trimestre de 2009 publicadas recentemente pelo INE, todo o processo de cálculo foi revisto.
Apesar das taxas publicadas neste blogue não serem directamente comparáveis com as do INE, visto estarem corrigidas da sazonalidade, o objectivo é sempre obter valores tão próximos quanto possível das estatísticas oficiais.
Relembro que o propósito das estimativas mensais é termos disponível séries mensais (por enquanto, as estimativas oficiais do desemprego são de carácter trimestral) que indiquem, de forma mais atempada, o evoluir do fenómeno do desemprego a nível regional.
A partir de Julho inclusive, os dados do IEFP serão corrigidos da sazonalidade e sobre estas séries serão derivadas as tendências regionais. Posteriormente, as tendências presentes nos dados do IEFP serão confrontadas com as tendências regionais presente nos dados oficiais do INE.
Esta mudança deve-se ao facto de a correlação entre as tendências de ambos os institutos, IEFP e INE, ser superior à correlação entre séries apenas corrigidas da sazonalidade, que por sua vez, é bastante superior à correlação entre os "dados brutos" publicados por estes institutos.
As correlações entre as séries publicadas pelo IEFP e pelo INE, no período Jan-2002 a Julho-2009, variam da seguinte forma:
- Dados sem tratamento: 0.357 (Algarve) e 0.861 (Madeira)
- Corrigidos da sazonalidade: 0.597 (Lisboa) e 0.921 (Madeira)
- Tendências: 0.617 (Lisboa) e 0.952 (Madeira)
Estas correlações verificam-se entre os dados publicados pelo INE e a diferença entre o número de pessoas inscritas nos centros de emprego ao longo do mês e o número de colocações ocorridas durante esse mês. Quando neste blogue é mencionado "série do IEFP" será sempre esta diferença e nunca o número de desempregados registados.
As correlações entre o número de desempregados oficial, publicado pelo INE, e o número de desempregados registados no IEFP é bastante mais baixa, e chega mesmo a não ser significativa em algumas regiões. São os casos do Algarve e Açores, com um coeficiente de correlação de 0.2 e o caso da região de Lisboa com uma correlação de 0.1. Este facto faz com que, pelo menos para estas três regiões, seja inútil olhar para o desemprego registado e daí tirar qualquer inferência sobre os números oficiais do desemprego.
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