terça-feira, 12 de maio de 2009

Ponta Delgada com o maior aumento nos Açores

O número de desempregados está a aumentar em cada uma das áreas de centro de emprego na Região Autónoma dos Açores (R.A.A.), sendo Ponta Delgada a área com maior agravamento no número de desempregados.

O número de desempregados nas ilhas de São Miguel e Santa Maria cresceu mais do que nas restantes ilhas, sendo em Março de 2009 o dobro dos níveis observados em 2004. Nas ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge, o número de desempregados foi 1.6 vezes superior e nas restantes ilhas, Pico, Faial, Flores e Corvo, 1.2 vezes relativamente aos níveis médios observados em 2004.

Na área de Ponta Delgada houve, em Março de 2009, um aumento de 48% no número de desempregados relativamente a Março de 2008. Na área de Angra do Heroísmo esta variação anual foi de 31% e na área da Horta, foi 12%. Os aumentos verificados em Março de 2009 relativamente a Fevereiro de 2009, foram de 3%, 2% e 1% para as áreas de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta, respectivamente.

Nota metodológica:

A série mensal do número de desempregados estimada neste blog é repartida geograficamente com recurso à informação fornecidada pelo IEFP. Os 19 concelhos da R.A.A estão organizados em 3 áreas geográficas:

- Ponta Delgada: abrange os concelhos das ilhas de Santa Maria e São Miguel;

- Angra do Heroísmo: abrange os concelhos das ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge;

- Horta: abrange os concelhos das ilhas do Pico, Faial, Flores e Corvo.

São recolhidas do IEFP as séries do número de desempregados que se deslocam a cada uma destas áreas num determinado mês, repartidos por sexo, totalizando 6 séries distintas. Cada uma destas séries é corrigida da sazonalidade e, posteriormente, é extraída a tendência de cada uma delas. O número mensal de desempregados na R.A.A. estimado neste blog é então repartido por cada área de centros de emprego. Para ser possível comparar as 3 áreas, a distribuição final é transformada em índices, sendo o número médio de desempregados em 2004 igual a 100, para cada uma das áreas.

2 comentários:

  1. Viva. Sou eu.
    Já comparou os números do Eurostat divulgados hoje com os números divulgados em 30 de Abril?
    Em ambos o Eurostat diz que a taxa de desemprego continua a crescer em Portugal e que continua a crescer regularmente, só que hoje diz que a taxa de desemprego em Março era de 9,1 por cento. Há um mês dizia que a mesma era de 8,5. Coisa sem importância!
    Hoje diz que, desde Janeiro, a taxa de desemprego em Portugal tem sido superior à média da Zona Euro. Há um mês, dizia que era inferior. Coisas de pormenor. Mas com significados completamente diferentes.
    São estas coisas que não permitem que se tirem conclusões a partir dos números do Eurostat. Eu, pelo menos, não tiro. Mas até 30 de Abril ajudaram e muito a estratégia do Governo.
    Sem polémica. Afinal, são números. A vida são números. Só que não há dois números iguais.

    á de moura pina

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  2. Já comparei os números, sim. Esta taxa do Eurostat parece-me manifestamente elevada e já expressei isso ao responsável no Eurostat. Ficámos de falar mais tarde sobre o assunto com mais calma.

    Com a introdução de mais um trimestre de dados do INE, o Eurostat corrigiu a sua taxa em 0.6 pontos percentuais. Tinha estimado 8.5, corrigiu para 9.1 e estima para Abril 9.6. Isto, taxas corrigidas da sazonalidade.

    A taxa do primeiro trimestre dada pelo INE, não corrigida, foi de 8.9%. (Uma pequena nota: a taxa corrigida da sazonalidade tende a ser, para o primeiro trimestre de cada ano, mais baixa do que a taxa não corrigida.)

    Ora a correcção efectuada pelo Eurostat deveria ter produzido para Março de 2009 um valor corrigido inferior a 8.9% e não superior em 0.2 pontos percentuais tal como é publicado.

    Eu não actualizei o meu blog ainda porque, para além de não ter tido muito tempo (faço isto apenas como hobby), estou a testar séries alternativas e a estimar os erros de previsão para os anos de 2007, 2008 e 1º trimestre de 2009. Mas a minha estimativa para Abril é de 9.0% (e não 9.6%).

    O meu historial de estimativas é o seguinte: estimei para Março de 2009 uma taxa corrigida de 8.8% (contra os 8.5% do Eurostat). Após a introdução de mais um trimestre do INE, essa taxa sofreu uma correcção em baixa de 0.2 pontos percentuais, ficando em 8.6% (a minha correcção foi de 0.2 enquanto que a do Eurostat foi 0.6). Estimo para Abril uma taxa corrigida de 9.0% (contra os 9.6% do Eurostat).

    Por tudo isto, acho mesmo que o Eurostat deverá re-pensar as séries que escolhe para que as estimativas que faz sofram menos correcções do que as que tem sofrido.

    As tendências estimadas antes ou depois das correcções são as mesmas mas, convenhamos, não era muito complicado estimar que o desemprego estava a subir.

    Ao nível da Zona Euro, não houve alterações nas estimativas após as correcções trimestrais e ao nível dos 27, houve uma correcção apenas de 0.1 pontos percentuais.

    A minha conclusão é a seguinte: a receita é boa, os ingredientes para Portugal é que não prestam. É que Portugal tem das mais baixas correlações entre o desemprego e o desemprego registado e são os dados do IEFP que servem de muleta para as estimativas dentro de cada trimestre.

    O meu interesse nestas contas é meramente científico e quero achar a melhor e mais fidedigna forma de estimar mensalmente as taxas de desemprego regionais. Não faço qualquer leitura política destas estimativas. Aliás, já desisti de ouvir comentários políticos sobre qualquer que seja a estatística. O exercício mais inútil que se pode fazer é ouvir políticos a comentar estatísticas. :-)

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